Em jogo duro, brigado, o Inter conseguiu se recuperar após sair atrás no placar, virou, venceu o Caxias por 2 a 1, na tarde deste domingo, no Beira-Rio, e garantiu o título do Campeonato Gaúcho de 2012. Depois de um primeiro tempo apático, em que a equipe grená saiu na frente com Michel, D’Alessandro entrou no segundo e ajeitou o time. Sandro Silva e Leandro Damião viraram o placar. Paulo Sérgio, destaque em campo, ainda evitou um pênalti cobrado por Nei.
Mesmo com as cicatrizes da eliminação na Libertadores no meio de semana, o Inter iniciou com o mesmo time que foi derrotado por 2 a 1 contra o Fluminense, com Oscar. Só que desta vez, a maior atração ficou no banco. Recuperado de lesão na coxa esquerda, o diferencial técnico do time, D’Alessandro ficou entre os suplentes.
Da mesma forma, o Caxias também optou por manter a formação que enfrentou o Inter no Centenário, quando abriu o placar com Mateus, mas deixou empatar na segunda etapa, com Oscar.
O jogo
Em casa, o time de Dorival Júnior tratou de se postar no ataque, dificultando a saída de bola adversária. Já a equipe de Mauro Ovelha não só aceitou a pressão colorada, como tratou de explorá-la. Nesse caso, ninguém puxava melhor os contra-ataques do que o garoto Wangler, de 19 anos. Aos 6 minutos, arrancou em velocidade pela ponta direita, mas teve o cruzamento freado por Índio. Na sequência, após cobrança de escanteio, desferiu potente chute de fora da área, bem espalmado por Muriel.
De forma tímida, o Inter tentava avançar, mas não era realmente efetivo. Com pouca criatividade, via-se uma equipe burocrática, talvez ainda afetada pela derrota na Libertadores. Os poucos arremates a gol eram de fora da área, com Nei, Dátolo e Oscar. Nenhum, no entanto, que levasse efetivamente perigo a Paulo Sérgio.
Crise na bola aérea
Em um problema evidenciado contra o Fluminense, o Inter voltou a sofrer com a boa aérea defensiva. Aos 26, Vanderlei desviou cobrança de escanteio e, no segundo poste, encontrou Michel , que fez 1 a 0. Na comemoração, o lateral deu um salto seguido de soco no ar. Naquele momento, o Caxias tinha a vantagem.
A partir de então, quem esperava para assistir a Oscar e companhia, via o garoto Wangler tomar conta da partida. Driblava com maestria e acertava a maioria dos passes. Com personalidade, a revelação grená mostrava a cada toque ser um jogador de grande futuro. Aos 38, bateu com categoria à média distância e só não viu a bola entrar graças a mão salvadora de Muriel.
Já o Inter abusava da ligação direta. Dessa forma, uma única e verdadeira chance, antes do árbitro apitar para o intervalo. Dentro da grande área, Damião ajeitou com o peito e Índio, como centroavante, fez um belo giro de canhota, mas por cima do travessão.
Dorival fez duas alterações para a volta do intervalo. Colocou D’Alessandro e Dagoberto nas vagas de Dátolo e Tinga, respectivamente, e solicitou uma “mudança de atitude”. Quando o camisa 10 se juntou ao grupo reunido no centro do gramado, a torcida explodiu em alegria. Estava no centrado camisa 10, o capitão do time, a esperança de empatar o jogo e evitar um vexame.
A presença de D’Ale deu um gás ao time colorado. Logo no primeiro cruzamento, Paulo Sérgio se atrapalhou com a bola e Damião chutou em cima da zaga. No segundo, o argentino lançou e o camisa 9 desviou por cima. O Inter parecia lúcido pela primeira vez na partida.
Pênalti desperdiçado
E aos cinco minutos, Oscar foi derrubado na área. Pênalti. Quando todos esperavam que D’Ale fosse para a cobrança, Dorival ordenou que Nei pegasse a bola. Na lateral do campo, o gringo conversava com o treinador, quando o lateral cobrou mal e Paulo Sérgio evitou o empate.
Paulo Sérgio era um gigante sob a meta. Aos 11, Oscar soltou quase na pequena área e desviou para o chão, como manda qualquer treinador. Só que o camisa 1 conseguiu novamente evitar o gol, em cima da linha. Da mesma forma, espalmou cabeçada de Moledo. A partida seguia na base do desespero pelos dois lados: o Caxias na defesa, e o Inter nas jogadas ofensivas.
Torcida intervém
Talvez por coincidência, o Inter chegou ao empate quando a torcida vermelha berrava mais do que nunca. Inspirado pelo rugido da arquibancada, Oscar se livrou de Fabinho e rolou para a área. A bola sobrou para Sandro Silva. Cercado, o volante conseguiu achar um espacinho para chutar e vencer o goleiro adversário: 1 a 1.
O Inter descobria então que Paulo Sérgio não era imbatível. E o segundo gol não demorou a surgir. Após cruzamento de Fabrício, Damião pulou soberano no primeiro poste e fez aquele que seria o gol do título. Fim de jogo, e festa vermelha no Beira-Rio.